Uma raia manta gigante (Mobula birostris) foi encontrada por mergulhadores de pesquisa na costa de Itanhaém, no litoral de São Paulo, nesta quarta-feira (18). Trata-se de um raro exemplar da espécie, por ser totalmente negra (melanística).
O animal foi localizado por uma equipe do Projeto Mantas do Brasil, patrocinado pela Petrobras e pelo Porto de Santos (Codesp), no Parcel Dom Pedro II. A entidade estuda na costa do país as raias gigantes, que podem atingir 7 metros de envergadura e pesar 2 toneladas.
A raia melanística localizada é uma fêmea e possui, aproximadamente, 5 metros entre as extremidades das asas. Ela foi avistada pela primeira vez na profundidade aproximada de 15 metros, mas acompanhou os mergulhadores até perto da superfície, na linha d'água.
"Ela apresentou comportamento alimentar. A raia ficava sempre próxima a nós e, depois, rodeando a nossa embarcação de pesquisa", contou o assistente de pesquisa , o mergulhador Nauther Andrés, que liderou o grupo. O animal também apresentava boas condições de saúde.
Ao realizar imagens do ventre da raia, os pesquisadores conseguiram fazer o registro dela. As manchas localizadas nessa região funcionam como a digital humana e, portanto, são únicas. Trata-se de uma raia inédita, cujos dados foram inseridos no Banco Brasileiro de Mantas.
Temporada 2018
O registro no Parcel Dom Pedro II é o terceiro da temporada, que acontece durante o inverno. Em 29 de abril deste ano, mergulhadores encontram a primeira no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS), localizado a aproximadamente 40 quilômetros da costa.
O animal despertou a preocupação dos pesquisadores do Projeto Mantas do Brasil, pois as imagens captadas o mostram com petrechos de pesca enroscados. Nos dias seguintes, equipes do Projeto foram deslocadas ao local, mas não conseguiram localizá-lo.
Desde 2013 é proibida a da pesca da raia manta no Brasil. O Instituto Laje Viva, realizador do Projeto Mantas do Brasil, colaborou na intermediação de conversas com o Governo Federal, fornecendo informações técnicas que demonstram que os animais da espécie, que podem atingir 7 metros de envergadura e pesar 2 toneladas, estão em risco de extinção.