A troca de informações e a pesquisa em diversas regiões do planeta são fundamentais para que a gigante dos oceanos, a raia-manta, não seja extinta. Por esses motivos, mergulhadores e pesquisadores, integrantes do Projeto Mantas do Brasil – patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental – partiram, ao final de agosto, para mais uma expedição com o intuito de desvendar os mistérios que envolvem o animal. O destino é a Isla de La Plata, ilha localizada dentro do Parque Nacional Machalilla, no Equador.
Considerada um santuário marinho, a região possui a maior população de raias gigantes da espécie Manta birostris de todos os oceanos, seguida por locais como a costa de Moçambique, na África, o arquipélago do Havaí e o México. A Laje de Santos é o melhor ponto de observação da espécie no Atlântico Sul. “A diferença é que, no Equador, em uma semana, conseguimos analisar a quantidade de animais que registramos aqui ao longo de 20 anos. Precisamos compreender o processo de migração deles”, disse a coordenadora geral do projeto Ana Paula Balboni Coelho.
Ao lado dela, estão Paula Romano e Ricardo Coelho, ambos também integrantes da iniciativa, do Instituto Laje Viva, que visa preservar o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS), localizado a 35 quilômetros da costa.
Referência
No país vizinho, eles se juntaram à equipe da bióloga e cientista norte-americana Andrea Marshall, considerada referência internacional no que diz respeito ao estudo e acompanhamento da raia-manta.
“A experiência é incrível. Vamos coletar dados para compreender melhor a espécie. Tudo irá para um banco internacional, gerenciado pela Dra. Andrea, o Programa Manta Matcher, do qual participamos”, comentou a coordenadora administrativa do Projeto Mantas do Brasil Paula Romano, antes da viagem.
Até o final do ano, a base de dados brasileira será conectada à das outras partes do mundo, com o intuito de cruzar informações e monitorar as populações da espécie no mundo todo.
Os trabalhos envolvem desde a medição com equipamentos a laser, coleta de material para estudo de DNA, tageamento para leitura via satélite e foto-identificação. As técnicas têm sido aprimoradas para implantação aqui também, no Brasil.
Solo brasileiro
No Brasil, além da paixão pela vida submersa, os pesquisadores do Mantas do Brasil trabalham em prol da preservação e perpetuação da ‘gigante dos oceanos’. Prova disso são as atividades de foto-identificação e de tageamento (ou marcação dos animais por meio de transmissores via satélite) realizadas na Laje de Santos, principal ponto de observação do animal no Atlântico Sul.
A foto-identificação ocorre com o trabalho dos mergulhadores profissionais e, também, pelos amadores, cada vez mais envolvidos pelo projeto. Muitos dos que vão até a Laje de Santos conseguem registrar, por meio de câmeras subaquáticas, a passagem desses animais. Todo o material captado é armazenado em um banco de dados do Mantas do Brasil e comparado com informações apuradas em outros oceanos.